AUTORES EM PSICANÁLISE
Psicanalistas, escritores, médicos, filósofos, pacientes etc. e suas contribuições para o campo psicanalítico.
(Esta é uma lista colaborativa - para correções, complementos e sugestões de autores entre em contato.)
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JAMES, WILLIAM
(EUA*1842+1910) Psicólogo, filósofo e historiador. Foi o primeiro a oferecer um curso de psicologia no país, sendo também um figura seminal na psicologia estadunidense. Fundou o pragmatismo filosófico, juntamente com Charles Sanders Peirce e John Dewey. Escreveu sobre uma grande diversidade de temas, a partir de suas perspectivas fundamentais. “empirismo radical”, “funcionalismo psicológico”, “pragmatismo”, “experiência religiosa”, “teoria do self”.
BREUER, JOSEF
(Áustria*1842+1925) Médico, neurofisiologista, produziu com Freud os primeiro passos pré-psicanalíticos, já nos limites dos moldes biológicos da medicina psiquiátrica. Conheceu Freud no laboratório de fisiologia de Brücke. Escreveram os “Estudos sobre a histeria”, com o relato de seu trabalho com Anna O. (Bertha Pappenheim). Sua discordância quanto à centralidade do fator sexual o afastou de Freud. “senso de equilíbrio” (simultaneamente com Ernst Mach), “reflexo Hering-Breuer” (importância do nervo vago na respiração), “talking cure” (Anna O.), “estados hipnoides”, “método catártico”.
KASSOVITZ, MAX
(Áustria*1842+1913) Pediatra, fisiologista e patologista dos ossos, foi o diretor do Instituto de Doenças Infantis no Hospital Público de Viena, que acabou conhecido como “Instituto Max-Kassovitz”. Oferecera a Freud o cargo de diretor do departamento neurológico, que ocupou de 1886 a 1896. Freud à época torna-se um dos principais especialistas em paralisia cerebral.
CHROBAK, RUDOLF
(Áustria*1843+1910) Ginecologista e professor da Universidade de Viena, admirado por Freud. Remetia Freud à intuição popular que relacionava problemas psiconeuróticos e privação do sexo. Teria dito a Freud a jocosa fórmula para a cura da histeria: “Penis normalis, dosim repetatur”.
HALL, GRANVILLE STANLEY
(EUA*1844+1924) Psicólogo e educador norte americano, com uma formação prévia em teologia. Obteve o primeiro doutorado em psicologia nos EUA. Estudou um breve período no laboratório de Wundt, e depois com Hermann von Helmholtz. Convidou Freud e Jung para as conferências na Clark University. Teve uma breve passagem pela psicanálise. Tornou-se mais tarde seguidor de Adler. Fundou o American Journal of Psychology. Seus interesses maiores estavam no desenvolvimento infantil e na teoria da evolução (que converteu em algumas ideias eugenistas).
FLEISCHL-MARXOW, ERNST VON
(Áustria*1846+1891) Médico, neurofisiologista. Estudou as atividades elétricas do cérebro, na linha dos trabalhos de Emil du Bois-Reymond. Foi assistente de Brücke, com Freud. Com um quadro crônico de dores por uma amputação do dedo, desenvolveu uma adição à morfina e heroína. Freud procurou ajudá-lo com o recurso da cocaína, mas que acabou apenas se acrescentando aos vícios anteriores, até sua morte prematura por overdose. “física ótica”.
PUTNAM, JAMES JACKSON
(EUA*1846+1918) Neurologista de Harvard, foi um dos que articulou a ida de Freud para os EUA, e também escreveu a introdução de uma tradução dos “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”. Tornou-se amigo de Freud, a despeito de suas discordâncias teóricas. Defendia a introdução da filosofia para a psicanálise, e tinha mais apreço a teses idealistas. Foi um dos fundadores da American Neurological Association. “acroparaesthesia de Putanm”, “síndrome Putnam-Dana”.
CÄCILIE M. (baronesa VON LIEBEN, ANNA)
(Áustria*1847+1900) Paciente dos "Estudos sobre a histeria" muito cara a Freud, tendo já sido atendida por Charcot, Breuer, Chrobak e Bernheim. Freud procurou tratá-la pelo método catártico, depois de tentativas frustrantes com a hipnose. Foi sua paciente entre 1887 a 1893, com sintomas de conversão histérica, depressão, ansiedade, e finalmente uma dependência de morfina.
FLECHSIG, PAUL EMIL
(Alemanha*1847+1929) Neuroanatomista, psiquiatra (foi um grande rival de Meynert), dera a Freud a dica de pesquisar o cloreto de ouro para tingir tecido nervoso, que leva a cabo com a ajuda do amigo químico Lustgarten. “mielinogênese”.
WERNICKE, CARL
(Polônia/Alemanha*1848+1905) Neuropatologista, anatomista e psiquiatra citado amiúde por Freud em seu trabalho sobre as afasias. Ficou mais conhecido por seu trabalho com Paul Broca na localização funcional do cérebro. “afasia receptiva”, “encefalopatia”, “área de Wernicke”.
EMMY VON N. (baronesa MOSER, FANNY )
(Suíça*1848+1925) Levou Freud a abandonar o método pela hipnose em favor da associação livre. Foi paciente de Forel, Bleuler, Bernheim, Wetterstrand e Breuer. Foi paciente de Freud em períodos, nos anos de 1888, 1889 e 1890.
LIPPS, THEODOR
(Alemanha*1851+1914) Filósofo, estudioso do campo da estética, suas publicações sobre o inconsciente interessaram Freud. Também é o autor de um livro (O humor e o cômico) que influenciou bastante Freud a escrever sobre os Chistes. Aproximou-se das ideias de Edmund Husserl ao final da vida. É atribuída a ele o desenvolvimento do termo Einfühlung em seu sentido mais preciso: “projetar-se em um objeto da percepção”. “Empatia”.
FREUD, SIGMUND SCHLOMO
(Áustria*1856+1939) Neurologista, fundador da Psicanálise. Seu trabalho significou uma quebra do paradigma médio e biológico para as psiconeuroses. Realizou uma extensa autoanálise, que compartilhava com seu amigo Fliess – ela teve papel fundamental nas descobertas iniciais da psicanálise. “pulsão”, “recalque”, “complexo de Édipo”, “teoria da representação e da memória”, “associação livre”, “sexualidade infantil”, “inconsciente (dinâmico e estrutural)”, “desejo inconsciente”, “autonomia parcial da psicologia”.
BABINSKI, JOSEPH JULES FRANÇOIS FÉLIX
(França*1857+1932) Neurologista, um dos principais alunos de Charcot. Freud colaborou com ele de maneira próxima em sua estadia na França. “pitiatismo”, “dignóstico diferencial entre fatores orgânicos e histeria”, “Reflexo de Babinski”.
PANETH, JOSEPH
(Áustria*1857+1890) Fisiologista, foi colega de Freud e o substituiu como assistente no laboratório de Brücke. Casou-se com Sophie Schwab, sobrinha de Hammerschlag (antigo professor de hebreu de Freud, e seu amigo). Também auxiliou Freud financeiramente em seu período estudantil. Foi amigo e correspondente de Nietzsche. “célula de Paneth”.
BLEULER, PAUL EUGEN
(Suíça*1857+1939) Psiquiatra. Estudou um ano com Jean-Martin Charcot. Professor do hospital universitário de Burghölzli. Defendeu um pensamento eugenista, em relação aos pacientes esquizofrênicos. Escreveu uma resenha positiva sobre os “Estudos sobre a Histeria”, de Breuer e Freud. Interessava-se pela hipnose, pelos processos mentais inconscientes, e orientava os seus alunos nessa direção. Esteve na International Psychoanalytic Association até 1911, saindo pela índole da instituição para uma ortodoxia. Apoiou a nomeação de Freud para o prêmio Nobel. Fez uma autoanálise que compartilhava com Freud, por cartas. “esquizofrenia”, “esquizoide”, “autismo”, “psicologia profunda”, “ambivalência”.
KOLLER, CARL
(República Tcheca/EUA*1857+1944) Oftalmologista, colega de Freud, partiu de seu trabalho com a cocaína, mas ficou com o mérito de seu uso médico, dando-lhe utilidade clínica, na cirurgia de olhos. Antes disso havia uma dificuldade muito grande para esse tipo de cirurgia. Foi depois substituída pela lidocaína e outros. É, portanto, fundador da anestesia local moderna. Foi indicado várias vezes ao Nobel de medicina e fisiologia.
FLIESS, WILHELM
(Alemanha*1858+1928) Médico cirurgião e otorrinolaringologista. Amigo íntimo e confidente de Freud, foi interlocutor fundamental na descoberta da psicanálise. “ciclos vitais”, “menstruação masculina”, “conexões da sexualidade e da saúde nasal”, “bissexualidade”.
HUSSERL, EDMUND GUSTAV ALBRECHT
(Alemanha*1859+1938) Filósofo, matemático. Um dos pensadores mais influentes do século XX, fundador do método de redução fenomenológica que estabeleceu a tradição recente de pensamento em fenomenologia. Teve particular importância para diversas disciplinas nas ciências humanas e inúmeros pensadores, como Theodor Lipps, Heidegger, Merleau-Ponty, Max Scheler, Edith Stein, Emmanuel Lévinas, Sartre, Paul Ricœur e Derrida. Buscou uma fundamentação rigorosa para o pensamento científico. Na psiquiatria e psicanálise, também influenciou Ludwig Binswanger, Paul Schilder e Abraham Nicholas. Foi aluno de Brentano. “intencionalidade”, “mundo da vida”, “redução fenomenológica”, “crítica ao psicologismo”, “intersubjetividade”.
ANNA O. (PAPPENHEIM, BERTHA)
(Áustria*1859+1936) Foi paciente de Breuer de dezembro de 1880 a junho 1882. Ajudou Breuer a desenvolver o método catártico. Era, por acaso, amiga antiga de Martha Freud, com quem manteve contato após rompimento do tratamento com Breuer. Foi encaminhada por Breuer para o sanatório de Robert Binswanger (pai de Ludwig Binswanger). Tornou-se assistente social (a primeira na Alemanha), e fundou periódico e institutos. Com Breuer, cunhou as expressões "cura pela fala" e "limpeza de chaminé".