AUTORES EM PSICANÁLISE
Psicanalistas, escritores, médicos, filósofos, pacientes etc. e suas contribuições para o campo psicanalítico.
(Esta é uma lista colaborativa - para correções, complementos e sugestões de autores entre em contato.)
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JAMES, WILLIAM
(EUA*1842+1910) Psicólogo, filósofo e historiador. Foi o primeiro a oferecer um curso de psicologia no país, sendo também um figura seminal na psicologia estadunidense. Fundou o pragmatismo filosófico, juntamente com Charles Sanders Peirce e John Dewey. Escreveu sobre uma grande diversidade de temas, a partir de suas perspectivas fundamentais. “empirismo radical”, “funcionalismo psicológico ”, “pragmatismo”, “experiência religiosa”, “teoria do self”.
HALL, GRANVILLE STANLEY
(EUA*1844+1924) Psicólogo e educador norte americano, com uma formação prévia em teologia. Obteve o primeiro doutorado em psicologia nos EUA. Estudou um breve período no laboratório de Wundt, e depois com Hermann von Helmholtz. Convidou Freud e Jung para as conferências na Clark University. Teve uma breve passagem pela psicanálise. Tornou-se mais tarde seguidor de Adler. Fundou o American Journal of Psychology. Seus interesses maiores estavam no desenvolvimento infantil e na teoria da evolução (que converteu em algumas ideias eugenistas).
PUTNAM, JAMES JACKSON
(EUA*1846+1918) Neurologista de Harvard, foi um dos que articulou a ida de Freud para os EUA, e também escreveu a introdução de uma tradução dos “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”. Tornou-se amigo de Freud, a despeito de suas discordâncias teóricas. Defendia a introdução da filosofia para a psicanálise, e tinha mais apreço a teses idealistas. Foi um dos fundadores da American Neurological Association. “acroparaesthesia de Putanm”, “síndrome Putnam-Dana”.
KOLLER, CARL
(República Tcheca/EUA*1857+1944) Oftalmologista, colega de Freud, partiu de seu trabalho com a cocaína, mas ficou com o mérito de seu uso médico, dando-lhe utilidade clínica, na cirurgia de olhos. Antes disso havia uma dificuldade muito grande para esse tipo de cirurgia. Foi depois substituída pela lidocaína e outros. É, portanto, fundador da anestesia local moderna. Foi indicado várias vezes ao Nobel de medicina e fisiologia.
BRILL, ABRAHAM ARDEN
(Áustria/EUA*1874+1948) Psiquiatra, psicanalista (primeiro nos EUA), foi o primeiro tradutor oficializado de Freud, e após algumas complicações – era um tradutor com problemas – deixou a tarefa para outros, em 1920. Conheceu Freud após estudar com Bleuler. Manteve a amizade com Freud, contudo, e teve importante papel junto às associações psicanalíticas nos EUA, sendo fundador da New York Psychoanalytic Society, alguns meses antes da American Psychoanalytic Association (APSA). "torches of freedom".
BÜHLER, KARL LUDWIG
(Alemanha/ EUA*1879+1963) Psicólogo, linguista. Fez pesquisas em Gestalt, e participou da escola de Würzburg de psicologia (de um aluno de Wundt, mas que se opunha à restrição deste quanto ao método introspectivo). “processos de pensamento”, “pensamento abstrato”.
DERI, FRANCES
(Áustria/Hungria/EUA*1880+1971) Psicóloga, socióloga e psicanalista. Liderou o Grupo de Estudos Psicanalíticos de Praga, juntamente com Otto Fenichel, Annie Reich, Theodor Dosuzkov, Heinrich Löwenfeld e Steff Bornstein, sendo também fundadora mais tarde do Grupo de Estudos de Los Angeles, com Ernst Simmel. Foi analisanda de Karl Abraham e depois Hanns Sachs. “insônia”, “sublimação”, “coprofilia”.
WITTELS, FRITZ SIEGFRIED
(Áustria/EUA*1880+1950) Médico, escritor e psicanalista. Um dos seguidores independentes de Freud e seu primeiro biógrafo, apresentado a Freud e ao grupo das quartas pelo tio Isidor Sadger. Contribuiu de maneira próxima com Karl Kraus, e os conflitos com este causaram também certa tensão com o meio psicanalítico. Serviu como médico no front da primeira guerra por cinco anos. Foi analisando de Wilhelm Stekel. “liberação sexual”.
SACHS, HANNS
(Áustria/EUA*1881+1947) Psicanalista, doutor em direito, trabalhou como advogado previamente. Uniu-se ao grupo das quartas-feiras, sendo o menos próximo pessoalmente a Freud. Participou do início da Imago, tendo fundado nos EUA a American Imago. Professor em Harvard na faculdade de medicina, foi questionado por conta da questão da análise leiga. Interessava-se pelas questões literárias. “daydreaming”.
SIMMEL, ERNST
(Alemanha/EUA*1882+1947) Neurologista e psicanalista. É considerado pioneiro em medicina social, tendo um papel importante no Instituto Psicanalítico de Berlin, com Abraham e Eitingon. Durante a primeira grande guerra, aplicou por conta própria técnicas psicanalíticas no hospital de Posen, para pacientes com neurose de guerra. Seu trabalho chamou a atenção de Freud, que o cita em Psicologia de Grupos e Análise do Eu. Participou de uma importante publicação sobre antissemitismo com outros intelectuais da crítica socialista. Foi analisando de Karl Abraham. “neuroses de guerra”, “adição a jogos”, “introjetos”, “pulsão de morte”, “alcoolismo”.
DORA (BAUER, IDA)
(Áustria/EUA*1882+1945) Paciente de Freud de outubro a dezembro 1900, é considerada o caso inaugural na recém estabelecida psicanálise, seguindo de perto os achados na Interpretação dos Sonhos. Ou seja, um tratamento da histeria que se destaca de vez dos procedimentos da hipnose e do método catártico. É um dos casos clínicos mais comentados desde sua publicação. Retoma depois um atendimento pontual com Felix Deutsch.
FRINK, HORACE WESTLAKE
(EUA*1883+1936) Médico e psicanalista estadunidense, estudou com Freud e contou com seu apoio no escândalo do casamento com sua paciente. Era tido por Freud como o único analista norte-americano em quem via algum futuro promissor. Por fim sua psicose lhe impediu de continuar trabalhando, seu segundo casamento não obteve sucesso, e terminou sua vida dez anos depois, no Chapel Hill Mental Hospital. Fez análise com Abraham Arden Brill e depois Freud.
DEUTSCH, HELENE
(Polônia/EUA*1884+1982) Psiquiatra, psicanalista. Possuía um interesse pelo socialismo, tendo participado de importantes reuniões e conhecido figuras como Rosa Luxemburgo. Primeira autora a publicar sobre a psicologia da mulher. Foi analisanda de Freud, e depois de Karl Abraham. “personalidade ‘como se’”, “psicologia da mulher”.
NUNBERG, HERMANN
(Polônia/Áustria/EUA*1884+1970) Neurologista, psicanalista. Formado na clínica psiquiátrica de Burghölzli, com Bleuler, foi assistente de Jung nos experimentos associativos com palavras. Foi professor na Universidade de Cracóvia. Depois seguiu sua formação em Viena, até a emigração em 1932 para os EUA. Defendia a análise “leiga”, e também a análise didática nos institutos de formação. Interessava-se pelos aspectos curativos da análise. Foi também um dos primeiros a aderir a ideia de pulsão de morte. Foi analisando de Paul Federn. “psicose”, “bissexualidade”.
RANK, OTTO
(Áustria/França/EUA*1884+1939) Autodidata e técnico em mecânica, foi incentivado por Freud a terminar o ensino médio e fazer curso superior. Formou-se em filosofia, desenvolveu tese em literatura, tornando-se depois psicanalista. Foi o primeiro secretário, a convite de Freud, para as reuniões das quartas-feiras. Uma das figuras próximas e duradouras ao lado de Freud, teve um importante papel editorial para a psicanálise, com a Imago. Seu livro sobre o “trauma do nascimento” levou ao rompimento com a IPA, pelo que ficou marcado como uma exclusão da figura paterna da teoria. Ao fim da vida passa a dividir o tempo entre França e EUA, como terapeuta e conferencista nas principais universidades. Defendia a formação analítica para homossexuais. Não passou por uma análise. “nascimento do herói”, “duplo”, “ansiedade de separação”, “trauma do nascimento”, “pré-edípico”, “aqui e agora”.
DEUTSCH, FELIX
(Áustria/EUA*1884+1964) Médico, psicanalista. Teve uma formação artística e musical, que contribuíram bastante para seu estilo clínico, em sua relação com os aspectos formais da fala. Foi professor de medicina psicossomática na Universidade de Washington e um dos pesquisadores pioneiros na área. Foi também médico de Freud por um ano, em 1922/1923. Foi analisando de Siegfried Bernfeld. “psicossomática”.
HORNEY, KAREN
(Alemanha/EUA*1885+1952) Médica, psicanalista. Foi uma das fundadoras do Instituto Psicanalítico de Berlin. Foi para os EUA a convite do Franz Alexander, para fugir do nazismo. Cria, assim como Adler, uma versão da psicanálise retirando a ênfase na sexualidade como fator primário. Foi analisanda de Karl Abraham e depois Hanns Sachs. “psicologia feminina”, “necessidades neuróticas”, “narcisismo como defesa”, “neo-freudianismo”, “autorrealização”.
SCHILDER, PAUL FERDINAND
(Áustria/EUA*1886+1940) Neurofisiologista, psiquiatra, filósofo e psicanalista. Procurou aproximar a psiquiatria da psicanálise. Concebeu uma teoria original a partir dos trabalhos de Carl Wernicke (ligação somatopsíquica), Henry Head (esquema postural) e Freud (Ego corporal). Foi um dos pioneiros da psicoterapia em grupo. Era considerado um pensador singular, com algumas discordâncias em relação a conceitos estabelecidos da psicanálise. Teve influência da filosofia de Husserl e da psicologia de Karl Bühler. “imagem corporal”, “despersonalização”.
SPITZ, RENÉ ÁRPÁD
(Áustria/Hungria/EUA*1887+1974) Psiquiatra, psicanalista. Cresceu e estudou na Hungria. Serviu como médico na primeira grande guerra. Ensinou psicanálise na França, na École Normale Supérieure, por seis anos. Dedicou-se cedo ao estudo do desenvolvimento infantil, sendo um dos pioneiros na observação direta das crianças. Aproximou o método experimental (com uso de filmagem) e a teoria psicanalítica. Realizou um grande estudo em 1945, em vários países, sobre bebês em situações de ausência parental e suas consequências (registrado em um Grief: “A Peril in Infancy”, de 1947 e “Psychogenic Disease in Infancy”, de 1952). Foi analisando de Freud, por indicação de Ferenczi. “estágios da relação com o objeto”, “privação afetiva”, “hospitalismo”, “depressão anaclítica”.
REIK, THEODOR
(Alemanha/EUA*1888+1969) Psicólogo e Psicanalista, seus estudos e formação contaram com a ajuda pessoal de Freud. Em Viena, foi um dos pivôs da polêmica sobre a “análise leiga”, proibida por decreto em 1925, sendo no ano seguinte processado por um ex-paciente. Já nos EUA, foi figura fundamental na flexibilização do monopólio médico, e os institutos de formação passaram a aceitar psicólogos e assistentes sociais. Foi analisando de Karl Abraham. “surpresa”, “escuta analítica”, “terceiro ouvido”.